quarta-feira, 1 de março de 2017

Exilados

                 Em meados da década de 70, o exílio se tornou uma palavra bastante familiar para uma boa parcela dos brasileiros que insistiam em bater de frente com a ditadura militar. Para os que não conhecem muito bem essa parte da história, ou até mesmo conhece, mas faz tempo que estudou isso na escola e não lembra direito, aqui vai um resumo hiper mega ultra Power rápido:
         No ano de 1960, Jânio Quadros assumia a presidência do Brasil. Jânio era tido como um candidato inovador, que poderia contribuir para um bom avanço em nosso país. No entanto, ao assumir o poder, o novo presidente não se mostrou tão liberal assim. Proibiu o uso de biquínis e quis até mesmo fechar jornais. Todo esse excesso de autoridade acabou baixando a popularidade de Jânio Quadros que em meio a críticas e revoltas do povo acerca do seu governo, decidiu “ouvir os conselhos” do Capitão Nascimento e pedir pra sair. (Por favor não pensem que o Capitão Nascimento é da época do Jânio Quadros, foi só uma piada =D).
                Ao pedir pra sair, quem assumiu o poder foi o seu vice, João Goullart. João Goullart, mais conhecido como Jango, foi presidente do Brasil durante três anos, até que... Surgiu um golpe. Um golpe não. Venhamos e convenhamos que foi O GOLPE! O histórico e famoso golpe de 1964!
                Ao assumir a presidência do país, a galera da ditadura tocou o terror, meu irmão! Proibiu tudo e mais um pouco, foi uma verdadeira censura! Em meio a todo esse controle social, havia aqueles que não admitiam viver daquela forma e viviam fazendo protestos contra o governo da ditadura. Esses processos aconteciam por meio de passeatas, manifestações e até letras de música.  Porém, muitos deles eram presos pelos soldados da ditadura e iam para o exílio – um lugar distante, tipo uma prisão. Esses brasileiros tornavam-se então, exilados.
                Boa parte desses exilados eram artistas (em especial músicos) e por incrível que pareça, as melhores músicas deles, as mais inspiradas, foram produzidas durante o exílio. Era lá que eles meditavam. Refletiam. Paravam um pouco para pensar na vida. Era no exílio que eles saiam um pouco do agito em que vivam e pensavam com mais calma sobre toda a loucura que estavam vivendo.
                Muitas vezes eu me encontro exilado. Os inúmeros problemas e desafios que enfrentamos e encontramos na vida, por diversas vezes nos levam ao exílio, ou seja, nos isola do mundo e nos faz refletir um pouco sobre a forma como estamos agindo, sobre a postura que estamos tomando. A vida é muita corrida. Tudo é muito passageiro, tudo é muito louco. Necessitamos de um tempo para nós. Pena que muitas vezes só tiramos esse tempo quando algo não vai bem.
                Enquanto estamos bem, vida que segue! Não paramos para avaliar o que estamos fazendo da nossa vida, se estamos nos posicionando da maneira correta ou se nossa postura enquanto ser humano está sendo referencial para o que nos cercam. Não paramos para pensar se Deus está gostando de assistir o filme da nossa vida. Nos preocupamos em saber se nossos planos estão indo bem, e enquanto eles estão indo bem, tudo vai bem! Não perdemos tempo para refletir sobre o que aparentemente não precisa de pausas ou ajustes.
                Todo esse papo acabou me lembrando uma figura bíblica bem conhecida. Algum palpite? Isso mesmo. Vocês são inteligentes, devem conhecer pelo menos um pouco da bíblia (nem que seja de ouvir falar) e tenho certeza que acertaram, estou falando de Jonas sim!
                Jonas seguia a vida dele. De boa e tranquilo. Sem se preocupar se os outros achavam suas atitudes corretas ou não. Jonas não se importava nem com que o próprio Deus iria pensar. Ele agia e pronto. Tudo tava indo bem e justamente por isso ele seguia em frente.
                Jonas precisou ir até o
exílio para abrir os seus olhos e compreender o que estava fazendo da sua vida. Às vezes isso acontece conosco. Precisamos levar um “susto” para nos exilarmos e analisarmos um pouco como anda nossa vida.
                O exílio de Jonas foi dentro da boca de um grande peixe. O seu pode ser em qualquer lugar. Quarto, banheiro, rede da sala, sofá, cozinha, dentro do carro, no quintal... Não sei onde fica o teu exílio, mas tenho certeza que ele existe!
                Se exila um pouco. Descansa um minuto. Conversa com Deus. Lembra: é no exílio que crescemos, aprendemos e produzimos o nosso melhor!

- Victor de Medeiros
                                                                                                                             
*OBS: Deixo como dica de leitura aqui o livro de Jonas. Possui apenas quatro capítulos. Em cinco minutinhos tu ler!
Fiquem na santa paz e Deus abençoe vocês

Forte abraço!

Um comentário:

  1. Glória a Deus na sua vida Victor!
    Que possamos crescer em nossos exílios!

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